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Guia da legislação de Comex

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Não é novidade que o transporte marítimo de contêiner é o mais utilizado do mundo! Porém, cada uma das muitas formas desse modal possui suas próprias particularidades.

E hoje vamos descobrir algumas delas!

Nesse texto vamos entender então quais são os tipos de embarques marítimos e quais os principais tipos de contêineres utilizados.

Tipos de embarque

Quando falamos em frete de contêineres, duas opções costumam vir à nossa cabeça: o Full Container Load (FCL) e o Less than Container Load (LCL).

Essas diferenças causam muitas dúvidas e conhecer cada uma delas é essencial para quem trabalha com Comércio Exterior.

Para ajudá-lo, vou explicar logo abaixo quais são elas exatamente, mas já adianto essa imagem para começar a fazer seus neurônios trabalharem.

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Full Container Load (FCL)

Em tradução literal, Full Container Load significa “contêiner totalmente carregado” e, como o próprio nome já sugere, essa modalidade entrega uma certa exclusividade.

Isso acontece porque você, importador/exportador, freta o contêiner para seu uso exclusivo, podendo usar como quiser todo o espaço disponível dentro dele.

É a modalidade ideal para quando suas mercadorias são suficientes para acomodar um (ou mais) contêineres.

Por se tratar do contêiner inteiro, em geral, tende a ser a opção mais cara em termos de valores absolutos. Porém geralmente é a mais competitiva quando dividimos o total de carga embarcada pelos custos.

Less than Container Load (LCL)

O modelo Less than Container Load (LCL), que significa “menos do que uma carga de contêiner” em tradução literal, é utilizado quando uma carga não é grande o suficiente para contratar o frete do contêiner inteiro.

Quem vende esse serviço são os Agentes de Carga ou co-loaders, que negociam o frete com a companhia (Armador) e depois revendem espaços no contêiner para o mercado, em lotes de cargas.

Assim, um mesmo contêiner será compartilhado e poderá acomodar muitos embarques LCL, o que diminui o custo do frete marítimo para quem o contratou.

Qual escolher?

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Antes de escolher qual das duas modalidades utilizar, é essencial utilizar sempre o método de planejamento da logística internacional dos três pilares e o fator limitante:

  • a natureza da carga entra como fator limitante, pois ela limita as opções que você de fato pode utilizar.

E os três pilares:

  1. Lead time total previsto x Data em que o produto precisa ser entregue no destino final
  2. Custo total das opções (TCO) x Orçamento total para a operação
  3. Risco de atraso das opções x Custo extra no caso da carga não ser entregue na data

Ou seja, a escolha deve ser naturalmente baseada nas necessidades de cada operação, não há uma receita de bolo pronta.

Em resumo, o FCL apresenta melhor custo/benefício para importadores/exportadores com maior volume de carga, enquanto o LCL tende a ser vantajoso para quem cuja mercadoria ocupe um volume menor.

Porém… ainda depende!

Se o importador e/ou exportador precisa que a carga seja despachada rapidamente, o FCL apresenta mais agilidade na disposição da carga, enquanto o tempo de operação do LCL é maior.

Essa diferença de tempo ocorre porque é necessário que todas as cargas acomodadas dentro do contêiner sejam despachadas no LCL, para só depois serem liberadas.

Ou seja, uma complicação em uma delas pode comprometer a liberação de todas.

Além desses pontos, em cargas mais frágeis ou de grande valor agregado, o FCL também pode ser a melhor escolha por entregar maior segurança durante o transporte.

Por outro lado, a carga LCL normalmente exige um manuseio adicional para que todas as cargas sejam depositadas ou retiradas do contêiner, o que aumenta o risco de extravios e avarias.

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O que é um contêiner?

O transporte marítimo de contêiner, como já vimos, é o mais utilizado pelo mundo afora e não é para menos…

Ele foi adaptado e contém dispositivos de segurança que promovem um transporte de cargas com menor risco.

Isso porque, nos primórdios do transporte marítimo, os comerciantes encontravam sérios problemas ao utilizar tonéis e barris… acontecia de um tudo: quebras, deterioração de mercadorias e até perda total.

Assim, o contêiner surgiu para reduzir esses problemas e facilitar a movimentação das cargas.

Tipos de contêineres

Por mais que sejam parecidos, os contêineres não são padronizados. Eles possuem características únicas para transportar certos tipos de cargas da melhor maneira possível.

Essas características envolvem tamanho externo ou internoaltura da porta e abertura para cargas maiores. Ah, e tem contêiner que é capaz, inclusive, de controlar a temperatura.

Vamos entender melhor logo abaixo!

Mas antes de qualquer coisa, importante registrar que os tamanhos abordados aqui serão os mais comuns, certo? Contêineres de variados tamanhos podem ser vistos no transporte marítimo, mas trataremos aqui dos mais conhecidos, de 20 e 40 pés.

Dry ou Standard

Também conhecido como padrão, esse modelo é, de longe, o queridinho do transporte marítimo, utilizado em geral para transportar cargas secas.

Ele possui uma abertura frontal com corte na porta e os mais comuns, como já vimos, são os de 20 e 40 pés.

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As dimensões internas do contêiner de 20 pés são, em média, de 5,9m (comprimento), 2,34m (largura) e 2,39m (altura). A sua capacidade de carga é cerca de 22 toneladas.

O contêiner de 40 pés, com capacidade para 27 toneladas, possui dimensões internas médias de 12,04m (comprimento), 2,34m (largura) e 2,39m (altura).

Aqui neste formato de contêiner é importante deixar registrado o tamanho da porta: geralmente a altura da porta é de 2,26m, ou seja, 13cm a menos que a altura interna do contêiner.

Esse ponto deve ser levado em consideração porque não adianta a carga caber dentro do contêiner se ela for maior que a porta e não puder passar por ela!

High Cube

Esse modelo, relativamente comum, é um pouco mais alto que o padrão, de modo que ele é escolhido para cargas maiores, que não caberiam no Dry.

Nos quesitos comprimento e largura, é semelhante ao Dry, mas compare a diferença de altura na figura abaixo.

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A altura deste modelo é de 2,69m, ou seja, 30cm maior que o amigo Dry, no entanto, sua capacidade é de apenas 26,3 toneladas, o que faz com que ele seja indicado quando a carga, apesar de grande e volumosa, não seja tão pesada.

Novamente, é necessário ter cuidado com a altura da porta, que é cerca de 10cm menor que a altura interna.

Open Top

Esse modelo de contêiner possui um teto de lona (não de ferro como os outros) que pode ser removido para comportar cargas mais altas.

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A título de curiosidade, quando a carga apresenta excesso de altura, como na imagem acima, o frete é conhecido como Out Of Gauge (OOG) e com certeza é mais caro!

Se ela não exceder a altura do contêiner e este puder ser tapado, como na foto abaixo, o frete é conhecido como In Gauge (IG).

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Em razão da opção de remover a lona e poder utilizar guindastes para que o carregamento aconteça por cima, este tipo de contêiner pode ser utilizado com cargas difíceis de serem alocadas pela porta frontal.

Suas dimensões e capacidade de carga são semelhantes àquelas apresentadas pelo Dry.

Flatrack e Plataforma

O primeiro deles nada mais é que uma plataforma com suspensão nas partes frontal e traseira que, apesar de ter dimensões parecidas com o Dry, possui maior capacidade de volume.

O Flatrack de 20 pés pode transportar até 30 toneladas e o de 40 pés chega a 40 toneladas, o que os tornam ideais para cargas pesadas.

Assim como o Open Top, sua carga pode ser In Gauge ou Out Of Gauge (frete maior).

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Por outro lado, o contêiner Plataforma, como o nome mesmo sugere, é somente uma plataforma sem quaisquer suspensões, como pode ser visto abaixo, e sua capacidade varia pouco em comparação ao Flat Rack.

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Reefer

Esse modelo de contêiner é literalmente uma geladeira ambulante, perfeito para cargas que necessitam de controle de temperatura.

Quando eu digo controle de temperatura não precisa necessariamente ser congelada, mas uma carga que deva ficar, por exemplo, entre 10ºC e 14ºC e que não possa estar refém das variações que normalmente acontecem durante o trajeto pelos oceanos.

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Por ser uma geladeira, ele tem um plug para mantê-la funcionando, certo?

Aí é que fica interessante: ele pode então ser desligado, e para que não volte vazio para o seu local de origem, poderá ser usado para transporte de cargas que não necessitem de controle térmico.

É o que chamamos de NOR (non-operating reefer) e pode ser uma boa opção para não perder viagem.

Porém, é preciso considerar que em razão das paredes de isolamento, seu espaço interno (volume) é menor e, na hipótese de danos, eventuais reparo necessários são mais caros e correrão por conta do importador/exportador.

Então amigo…

Antes de terminarmos, é importante reforçar que existem outros tipos de contêiner, afinal, cargas mais específicas exigem contêineres mais específicos também, mas depois dessa leitura você já sabe quais são os mais comuns utilizados por aí.

Apesar de parecerem informações básicas, precisamos dominá-las para sempre executar um bom planejamento da logística internacional!

E você, como tem planejado seus embarques marítimos? Me conta suas dúvidas aí!

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